segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Energia Gerada por Biomassa


Do panorama da geração de energia, o termo biomassa abrange os derivados recentes de organismos vivos empregados como combustíveis ou para a sua produção. Do ponto de vista da ecologia, biomassa é a quantia total de matéria viva presente num ecossistema ou numa população animal ou vegetal. Os dois conceitos estão, portanto, interligados, embora sejam desiguais.
Na definição de biomassa para a geração de energia não se contabiliza os tradicionais combustíveis fósseis, apesar destes também sejam derivados da vida vegetal (carvão mineral) ou animal (petróleo e gás natural), mas são resultado de várias transformações que requerem milhões de anos para acontecerem. A biomassa pode considerar-se um recurso natural renovável, contrariamente aos combustíveis fosseis
A biomassa é utilizada na produção de energia a partir de processos como a combustão de material orgânico que se encontra presente num ecossistema, porém nem toda a produção primária passa a incrementar a biomassa vegetal do ecossistema. Parte dessa energia acumulada é empregada pelo ecossistema para sua própria manutenção.


Transformar a Biomassa em Energia


Existe quatro formas de transformar a biomassa em energia:
1.     Pirólise: através dessa técnica, a biomassa é exposta a supremas temperaturas sem a presença de oxigénio, mirando o acelerar da decomposição da mesma. O que sobra da decomposição é uma mistura de gases , líquidos (óleos vegetais) e sólidos (carvão vegetal);
2.     Gasificação: assim como na pirólise, aqui a biomassa também é acalorada na ausência do oxigénio, originando como produto final um gás inflamável. Esse gás ainda pode ser filtrado, visando à remoção de alguns componentes químicos residuais. A diferença básica em relação à pirólise é o fato de a gaseificação exigir menor temperatura e resultar apenas em gás;
3.     Combustão: aqui a queima da biomassa é realizada a altas temperaturas na presença abundante de oxigénio, produzindo vapor a alta pressão. Esse vapor geralmente é usado em caldeiras ou para mover turbinas. É uma das formas mais comuns hoje em dia e sua eficiência energética situa-se na faixa de 20 a 25%;
4.     Co-combustão: essa prática propõe a substituição de parte do carvão mineral utilizado em urnas termoeléctricas por biomassa. Dessa forma, reduz-se significativamente a emissão de poluentes. A faixa de desempenho da biomassa encontra-se entre 30 e 37%, sendo por isso uma escolha bem atractiva e económica actualmente.

Vantagens e Desvantagens


Vantagens:

Baixo custo de aquisição;
Não emite dióxido de enxofre;
As cinzas são menos agressivas ao meio ambiente que as provenientes de combustíveis fósseis;
Menor corrosão dos equipamentos (caldeiras, fornos);
Menor risco ambiental;
Recurso renovável;
Emissões não contribuem para o efeito estufa.

Desvantagens:

Menor poder calorífico;
Maior possibilidade de geração de material particulado para a atmosfera. Isto significa maior custo de investimento para a caldeira e os equipamentos para remoção de material particulado;
Dificuldades no estoque e armazenamento.

A agroindústria inclui a produção de energia a partir da biomassa, área em que o Brasil é líder mundial, a liderança se deve à competitividade do País na produção de açúcar, área em que tem o menor custo de produção do mundo - segundo a Associação das Indústrias de Açúcar e de Álcool do Estado de São Paulo (AIAA) -, e aos resultados alcançados pelo Proálcool, conforme demonstram os gráficos de Produção de Álcool e de Produção de Açúcar. O setor faturou US$ 8,9 bilhões em 1995 e gerou 1 milhão de empregos.

O complexo sucro-alcooleiro passa por uma reestruturação em função dos problemas com o fornecimento de álcool no final da década de 80, que acarretou a quebra de confiança do consumidor neste tipo de combustível. Durante toda a década de 90 a participação das vendas de carro a álcool nas vendas totais vem caindo, chegando a um inexpressivo 0,08% em 1998. Com isso, o período recente foi marcado pela redução do consumo de álcool e pela expansão da produção de açúcar para exportação, como pode ser verificado no gráfico sobre Produção e exportação de açúcar no Brasil. Um dos pontos mais graves desta redução é a ociosidade de uma ampla rede de distribuição de álcool combustível, com 26 mil postos em todo o país, causada pela maior participação do álcool anidro (para mistura com a gasolina) em relação ao hidratado, que é comercializado por este sistema.

Nos anos 90, açúcar e álcool deixaram de ser produzidos de forma complementar e passaram a disputar recursos, tanto agrícolas como industriais. A redefinição deste segmento da agroindústria irá depender de dois fatores: dos ganhos de produtividade do produtor (estimados em 3% ao ano nos últimos dez anos, o que é bastante significativo) e da política de utilização do álcool anidro na mistura com gasolina. Esta utilização é tecnicamente considerada a mais adequada para reduzir os níveis alarmantes de poluição ambiental causada por automóveis. A indefinição das políticas atuais tem como conseqüência a formação de um enorme estoque de passagem. O setor carregou na passagem de 1998 para 1999 estoques de 2 bilhões de litros de álcool, grande parte concentrados em São Paulo.

Um ponto importante a favor da indústria está em sua capacidade de produzir excedentes de bagaço para co-geração de energia elétrica. Estima-se que em períodos de seca seja possível gerar algo entre 6 mil e 20 mil Mwh a custos compatíveis com os da hidroeletricidade.Quanto à importância do setor na geração de empregos, esta tende a diminuir com o aumento da mecanização. Estimativas do Instituto de Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de São Paulo apontam entre 17% e 19% a área de cana mecanizada no estado em relação à área potencialmente mecanizada. Este percentual tem se mantido estável na década de 90, indicando que o setor continua tendo importância na geração de empregos rurais, estimados em 1,1 milhão, entre empregos temporários e permanentes
.

domingo, 4 de setembro de 2011

Energia Geotérmica




Energia geotérmica é a energia adquirida a partir do calor que provêm da Terra, mais justamente do seu interior. Devido a necessidade de adquirir energia eléctrica de uma forma mais limpa e em quantidades cada vez maiores, foi desenvolvido um modo de usufruir esse calor para a geração de electricidade. Hoje a grande parte da energia eléctrica provém da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo métodos esses muito poluentes.
Para uma melhor compreensão da forma como é aproveitada a energia do calor da Terra deve-se primeiro perceber como o nosso planeta é constituído. A Terra é formada por grandes placas, que nos mantém isolados do seu interior, no qual encontramos o magma, que resume-se basicamente em rochas derretidas. Com o aumento da profundidade a temperatura vai acrescendo, no entanto, há zonas de intrusões magmáticas, onde a temperatura é muito maior. Essas são as zonas onde existe elevado potencial geotérmico.

Transformação em Electricidade



Em centrais geotérmicas, o vapor, de reservatórios geotérmicos fornecem a energia que alimenta os geradores de turbina e produz a electricidade. A água geotérmica usada é depois reenviada ao reservatório através de um poço de injecção, para ser reaquecida, para assim manter a pressão, e suportar o reservatório.

Há três formas de utilizar a energia geotérmica:

1. Utilização direta: reservatórios geotérmicos de temperaturas baixas moderadas (20ºC-150ºC) podem ser aproveitadas directamente para fornecer calor para a indústria, aquecimento ambiente, termas e outros aproveitamentos comerciais

2. Bombas de calor geotérmicas (BCG): Aproveitam as diferenças de temperatura entre o solo e o ambiente, fornecendo calor e frio.

3. Centrais Geotérmicas: aproveitamento directo de fluidos geotérmicos em centrais a altas temperaturas (> 150 ºC), para movimentar uma turbina e produzir energia eléctrica.

Vantagens e Desvantagens



Aproximadamente todos os fluxos de água geotérmicos são constituídos por gases dissolvidos, sendo que estes gases são enviados para a central de geração de energia junto com o vapor de água. De um jeito ou de outro estes gases acabam por ir para a atmosfera.
Por outro lado, o odor desagradável, a natureza corrosiva, e as propriedades prejudiciais do ácido sulfídrico (H2S) são factores que inquietam os apoiantes deste tipo de energia. Nos casos onde a concentração de ácido sulfídrico (H2S) é relativamente baixa, o cheiro do gás causa náuseas. Em concentrações mais altas pode acarretar sérios problemas de saúde e até a morte por asfixia.
É identicamente importante que exista tratamento apropriado à água vinda do interior da Terra, que invariavelmente abrange minérios prejudiciais a saúde. É fundamental que os despejos não sejam realizados em rios locais, para que isso não prejudique a fauna local.
Quando uma grande quantidade de fluido aquoso é retirada da Terra, há sempre uma hipótese de ocorrer subsistência na superfície. O mais drástico exemplo de um problema desse tipo numa central geotérmica está em Wairakei, Nova Zelândia. O nível da superfície afundou 14 metros entre 1950 e 1997 e está a deformar a uma taxa de 0,22 metro por ano, após alcançar uma taxa de 0,48 metros por ano em meados dos anos 70.
Há ainda o inconveniente da poluição sonora que afligiria toda a população vizinha ao local de instalação da central, pois, para a perfuração do poço, é necessário o uso de máquinas semelhante ao usado na perfuração de poços de petróleo.

Energia Geotérmica em Portugal

Em Portugal continental existem essencialmente aproveitamentos de baixa temperatura ou termais. Este pode ser dividido em duas vias:
- Aproveitamento de pólos termais existentes (temperaturas entre 20 e 76 ºC): exemplos disso são os aproveitamentos em Chaves e S. Pedro do Sul

 
- Aproveitamento de aquíferos profundos das bacias sedimentares: caso do projecto geotérmico do Hospital da Força Aérea do Lumiar, em Lisboa, adquirida a partir de um furo com 1.500 m de profundidade com temperaturas superiores a 50 ºC, a funcionar desde 1992

Os aproveitamentos mais atraentes na área da geotermia são os realizados nas ilhas dos Açores. Actualmente estão enumerados 235,5 MWt repartidos da seguinte forma

Ilha
Potência Instalada [MWt]
S. Miguel
173,0
Terceira
25,0
Faial
8,9
Pico
12,0
S. Jorge
8,0
Graciosa
5,0
Flores
2,5
Corvo
1,1
Total
235,5

Só em S.Miguel a energia produzida por esta fonte representou em 2003 cerca de 25% da electricidade consumida na Ilha, contribuindo a Central Geotérmica da Ribeira Grande com 85,4 GWh e a Central Geotérmica do Pico Vermelho com 3,5 GWh.
A contribuição máxima atingida pela fonte geotérmica foi de 35% durante o ano 2001.

Após quatro anos, usina termelétrica deve voltar a funcionar em MT



A Usina Termelétrica Mário Covas, de Cuiabá, deverá voltar a funcionar no dia 12 de setembro deste ano com a produção de 480MW (megawatts) de energia elétrica. A retomada das atividades ocorre após quatro anos de paralisação, completados na última sexta-feira (26), quando a Bolívia suspendeu o envio de gás natural para a unidade. Na segunda-feira (5), o governo mato-grossense irá assinar um contrato com a Petrobras, que passa a ser a arrendatária da termelétrica, e com a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), responsável pela distribuição do gás. O acordo, resultado de diversas negociações entre as partes, está previsto para terminar em dezembro de 2012.
A retomada da usina foi anunciada em coletiva no Palácio Paiaguás, nesta segunda-feira (29), pelo governador de Mato Grosso, Silval Barbosa. Ele enfatizou a morosidade para o fim do impasse e burocracia do lado boliviano para assinar o contrato. A produção de energia elétrica da usina é direcionada para o Sistema Nacional Interligado (SIN) tendo a capacidade de atender em 60% da demanda total de Mato Grosso. Conforme o chefe do executivo, a usina em funcionamento oferece maior confiabilidade no fornecimento energético para o país e proporciona ao estado aumento nos investimentos.
“Temos indústrias interessadas em trabalhar em Mato Grosso tendo o gás disponível para a instalação. As empresas são do segmento de fertilizantes e cerâmicas”, acrescentou o secretário estadual de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf. Ele explica que a usina será arrendada pela Petrobras e que irá repassar parte do gás que já recebe da Bolívia, somando 2,2 milhões de metros cúbicos por dia.
O presidente da EPE, Fábio Garcia, afirma que a empresa continuará administrando e sendo acionista da usina. Sobre o término do contrato, ele ressalta que há duas opções: uma seria a renovação do acordo sendo a estatal brasileira responsável pelo repasse do gás para a termelétrica; a outra é o fornecimento direto do produto da Bolívia para a usina. “A Bolívia pretende aumentar a produção de gás, com isso, podemos ser beneficiados com o envio direto do combustível para a unidade geradora de energia de Mato Grosso”, disse Garcia.
MercadoAlém do funcionamento da usina, o contrato oferece indiretamente a segurança para o abastecimento do gás veicular no estado. O secretário da Sicme explica que seria inviável transportar gás natural somente para abastecer o mercado de gás consumidor mato-grossense. “Enquanto a usina precisa de 2,2 milhões de m³/dia, os postos de combustível comercializam aproximadamente 30 mil m³/dia. E o custo é o mesmo para utilizar o gasoduto seja para qualquer volume, contabilizando cerca de US$ 500 mil por mês”.
Com a confirmação da usina em funcionamento é garantido o fornecimento do gás para os postos do estado por mais oito anos. Essa distribuição foi firmada em contrato direto do governo de Mato Grosso com a Bolívia em setembro de 2009. O problema para os motoristas que desejam converter o veículo para o abastecimento a gás é que não há empresas certificadas, no momento, para fazer o serviço, conforme aponta o Instituto de Metrologia e Qualidade de Mato Grosso (IMEQ-MT).

MT tem potencial de aumentar em 800% a produção de energia.


G1 MT
 O potencial hidroelétrico que Mato Grosso tem capacidade de oferecer ao Sistema Interligado Nacional (SIN) está ocioso em 89%. O estado produz 1,8 mil megawatts (MW) de energia elétrica, utilizando apenas 11% de um total de 16,8 mil MW. São 14.953 mil megawatts (MW) a mais que poderiam aumentar a confiabilidade energética do país, representando um aumento de 800% em relação ao que é produzido e a capacidade do estado.
As indústrias geradoras de energia mato-grossense apostam nas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH´s) para expandir a produção de eletricidade. A preferência por essas geradoras, segundo o setor, é porque produzem menos impacto ao meio ambiente e proporcionam o aumento da economia no município onde é instalado o empreendimento.
Cachoeira no Rio Juruena
No estado, há atualmente 51 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) que produzem 665 MW, nove Usinas Hidrelétricas (UHE) com geração de 1,1 mil MW e 28 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) produzindo 12,78 MW. Do potencial energético ocioso, 2,2 mil MW já estão sendo viabilizados com a construção de nove PCH´s (gerando131,7 MW) e duas UHE (2,1 mil MW). Esses investimentos estão avaliados em R$ 7,89 bilhões, sendo R$ 795 milhões para a construção das pequenas hidrelétricas e R$ 5,6 bilhões nas grandes usinas. As unidades deverão gerar 11 mil empregos a mais no estado.

O presidente do Sindicato de Construção, Transmissão, Geração e Distribuição de Energia e Gás Natural de Mato Grosso (Sindenergia), Fábio Garcia, ressalta que o estado tem condição de aumentar a produção de energia, enquanto outros estados como São Paulo e Minas Gerais utilizam, respectivamente, 72% e 50% da capacidade de produção energética. O diretor do sindicato, Itamar Duarte, complementa que se não houver expansão no sistema energético os reflexos serão sentidos futuramente, diminuindo a confiabilidade no sistema. No estado, ainda há em estudo 4,5 mil MW e outros 8,2 mil MW ainda não prospectado.

Empecilhos
Burocracia na liberação das licenças ambientais, a demora no tempo de estudo e o custo de produção elevado são alguns dos empecilhos que adiam a construção das pequenas hidrelétricas em Mato Grosso. No país, essa situação também não é diferente. Para se ter ideia, no último leilão de energia oferecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nenhuma PCH conseguiu viabilizar a venda de energia no Brasil. O preço mínimo para viabilizar uma pequena hidrelétrica é de R$ 144/Mwh, mas o valor cobrado no último leilão não passou de R$ 102/Mwh. O setor culpa que a desvalorização ocorre em função da concorrência com outras fontes geradoras de energia, como a UHE e a Eólica.

A burocracia para implantação das PCH´s é outro problema que atinge o setor. “Para instalar uma Eólica são necessários pelo menos dois anos de estudo até o funcionamento da unidade. Já para as pequenas hidrelétricas o tempo médio é de oito anos”, afirma o presidente do Sindenergia. O aquecimento da construção civil também tem inviabilizado a atividade. De acordo com o setor, o gasto com a construção da estrutura de uma hidrelétrica representa 60% do investimento total. Os outros 40% são com a compra de equipamentos.