sábado, 12 de fevereiro de 2011

Resultado do Leilão da UHE Teles Pires é homologado pela ANEEL

 A diretoria colegiada da ANEEL aprovou na reunião da última terça-feira (08/02) a homologação do resultado do leilão de energia nova, realizado em 17 de dezembro de 2010, para contratação da produção proveniente apenas de empreendimentos de geração hidrelétrica. Com a decisão foram adjudicadas* as concessões das Usinas Hidrelétricas (UHE) Teles Pires do Mato Grosso e Santo Antônio do Jarí do Amapá, integrantes do certame.
     A UHE Teles Pires terá potência instalada mínima de 1820 Megawatts (MW) e será construída no rio Teles Pires (MT). A usina foi arrematada pelo Consórcio Teles Pires Energia Eficiente com preço de lance final de R$ 58,36 por MWh, deságio de 33% ao preço inicial de R$ 87 por MWh.
O vencedor do leilão de energia da UHE Santo Antônio do Jari foi o consórcio Amapá Energia, formado pelas empresas ECE Participações e Jari Energética, com preço de lance final de R$ 104 por MWh, sem deságio em relação ao preço inicial. A UHE, com potência instalada de 300 MW, está instalada no rio Jari (AP).
     O leilão terminou com a contratação de 968 MW médios, a um preço médio de venda de R$ 67,31 por MWh. O valor total dos investimentos chega a R$ 4,8 bilhões. As duas usinas que venderam energia no leilão assinarão contratos de compra e venda de energia com 30 anos de duração, com início de suprimento a partir de 1° de janeiro de 2015. Confira aqui o aviso de adjudicação e homologação do certame. (DB/GL)
*Adjudicação – Pela Lei nº. 8666/92 (Lei de Licitações), a adjudicação é ato final da atuação da Comissão de Licitação ou do Pregoeiro. É um ato preparatório para a homologação, que por sua vez é a aprovação dada por autoridade judicial ou administrativa a certos atos particulares para que produzam os efeitos jurídicos que lhes são próprios.


fonte ( http://www.aneel.gov.br )

Projetos Para PCHs no Paraná

O Paraná tem cerca de 140 projetos para construção de Usinas Hidrelétricas de Pequeno porte (PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas). Os projetos, que estavam estagnados desde 2003, poderão finalmente sair do papel. O Instituto Ambiental do Paraná, IAP, acaba de anunciar que vai retomar os protocolos de liberação das licenças ambientais para a implantação dessas usinas.
De acordo com o CERPCH – Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas – essas usinas têm como principal vantagem o fato de representarem pouco impacto ambiental. O fato de voltar a investir nessas obras pode fazer com que o Paraná venha a ser considerado exemplo para o país na geração de energia elétrica. O estado tem hoje o segundo maior potencial ainda não explorado para PCHs, ficando atrás apenas de Minas Gerais. A geografia e a hidrografia paranaenses são favoráveis para os empreendimentos. Por isso, o Estado pode se beneficiar direta e indiretamente. Além de gerar energia limpa, sem agredir o meio ambiente, o Paraná irá contribuir para o progresso do país, gerando emprego e renda em diversos setores envolvidos.
Para ser um negócio seguro - A construção de uma PCH envolve investimentos relativamente baixos, se comparados a uma usina hidrelétrica tradicional. Conceitualmente, uma PCH deve ter potência entre 1 e 30 MW. Estima-se que o custo de construção e implantação gire em torno de R$ 5 milhões por MegaWatt, o que significa que uma usina deste tipo custe de R$ 5 milhões a R$ 150 milhões. Isso sem contar os custos relativos à compra das áreas e os custos da burocracia envolvida.
Em uma obra assim há riscos envolvidos em pelo menos cinco etapas: elaboração do projeto, liberação do projeto junto à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), construção propriamente dita, instalação de equipamentos e maquinário e testes. “Para se proteger desses riscos, o investidor deve ser prudente ao se garantir contra eles: eliminando-os, prevenindo-os, transferindo-os ou mitigando-os”, afirma Adriano Valente Rocha, diretor da ValenteRocha Consultora e Corretora de Seguros. Os seguros são a ferramenta de melhor relação custo-benefício para a proteção nesses casos, de acordo com o especialista. “São acessíveis, proporcionam coberturas abrangentes e, de forma geral, garatem o capital investido, melhorando as condições de retorno e rentabilidade do empreendimento”, diz.
Na etapa de projetos, o investidor pode contratar ou exigir de seus projetistas coberturas de seguro para os riscos de erros de projetos, que vão desde o dimensionamento até a sua equalização. Já na etapa de aprovação junto à Aneel, o investidor pode se beneficiar das apólices de garantia de projeto, que lhes faz economizar, ao substituir as exigências de caução por apólices de seguro, aumentando a liquidez do empreendimento. Nas fases de construção, instalação e testes, os riscos são potencializados, pois se juntam as probabilidades de prejuízos, erros de projetos, eventos da natureza e falhas de instalação. Por isso, o investidor pode ficar vulnerável se não tiver a garantia de um bom seguro de riscos de engenharia.
“As seguradoras que entendem essas etapas estão prontas para assumir os riscos desses empreendimentos e garantir os investidores. A maioria delas mantém equipe especializada de engenheiros que sabem interpretar as informações e adequá-las às ferramentas de seguro disponíveis no mercado.Por isso, as apólices geralmente atendem às exigências de investidores, entidades financiadoras, fornecedores e demais envolvidos no processo, até mesmo o governo”, sintetiza Valente Rocha.
Depois de concluídas as obras, a usina finalmente entra em operação, mas ainda há riscos envolvidos no processo, como acidentes ambientais, quebras de máquinas, interrupção na geração de energia, entre outros. Para esses eventuais problemas, há também apólices específicas de seguros – conhecidas como seguros de operação - que podem garantir inclusive a compra de energia de um terceiro em caso de acidentes cobertos pelo seguro contratado.


fonte ( http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=146398 )

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Aneel aprova resultado do leilão de Teles Pires

BRASÍLIA - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o resultado do leilão da hidrelétrica de Teles Pires, realizado em dezembro do ano passado. De acordo com nota publicada no site do órgão nesta sexta-feira, a diretoria colegiada da Aneel aprovou a homologação do resultado do leilão em reunião realizada na terça-feira.
"Com a decisão foram adjudicadas as concessões das usinas hidrelétricas de Teles Pires, do Mato Grosso, e Santo Antônio do Jari, do Amapá", informa a Aneel na nota. A adjudicação é uma etapa burocrática do processo de homologação que, por sua vez, significa a aprovação efetiva do processo.
A usina de Teles Pires será construída no rio de mesmo nome entre os Estados do Mato Grosso e Pará. A hidrelétrica terá capacidade de gerar 1.820 megawatts (MW) de energia. O consórcio que arrematou a usina é formado por Furnas (24,5% de participação), Eletrosul (24,5%), Neoenergia (50,1%) e Odebrecht (0,9%).
Renato Andrade, da Agência Estado )

ANEEL acelera análise para construção de 10 PCHs no Garças

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se comprometeu a acelerar a elaboração de estudos para a construção de dez Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no rio Garças, em Mato Grosso.

A promessa foi feita pelo presidente da agência, Nelson Hubner, ao governador Silval Barbosa (PMDB), que cumpriu nesta quarta-feira (9) seu segundo dia de audiências em Brasília.

Segundo o governador Silval Barbosa, os empreendimentos na região do Rio Garças trarão desenvolvimento com a geração de energia.

“É uma região que está exaurida economicamente com a produção de 200 megawatt. A Aneel se comprometeu a dar prioridade à realização do estudo técnico de viabilidade”, informou após a Audiência.

Para o deputado Valtenir Pereira (PSB), as PCH não trarão impactos à comunidades. “Trata-se de uma região montanhosa e pouco habitada Não haverá grandes impactos na região”, afirmou.



fonte( http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?edt=33&id=157958 )

Alstom Assina Contrato Para Equipar Usina Belo Monte

A Alstom assinou um contrato no valor aproximado de 1,1 bilhão de reais com a Norte Energia do Brasil para o fornecimento de equipamentos de energia para a usina de Belo Monte, terceira maior hidrelétrica do mundo, com uma capacidade planejada de 11.230 MW, projeto localizado no rio Xingu, no estado do Pará, região Norte.
A Alstom é líder de um consórcio formado pela alemã Voith e a austríaca Andritz para fornecimento de 14 conjuntos turbina-gerador Francis de 611 MW e seis conjuntos turbina-gerador Bulbo. A Alstom fornecerá sete conjuntos turbina-gerador Francis, equipamentos hidromecânicos, barramentos blindados e subestações associadas isoladas a gás (GIS) para as dezoito unidades geradoras da usina.
A previsão é que Belo Monte leve oito anos para ser construída. Quando operar em sua capacidade total, Belo Monte suprirá a demanda de energia de 35 milhões de pessoas.
A energia hidrelétrica responde por 85% da produção brasileira. A Alstom, presente no Brasil há 55 anos, tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento dessa capacidade hidrelétrica, fornecendo produtos e serviços para projetos como o de Itaipu – segunda maior usina hidrelétrica do mundo-, Tucuruí e, mais recentemente, Jirau e Santo Antônio, além de projetos térmicos como TermoBahia e ThyssenKrup CSA.
Ao todo, a Alstom forneceu mais de 100 turbinas e geradores para o mercado brasileiro nos últimos dez anos, e seus equipamentos respondem por 35% de toda a capacidade hidrelétrica instalada.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Aneel Reconhece Falha na Montagem de Linhas de Transmissão

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconheceu que o não cumprimento do cronograma pela Energética Águas da Pedra (EAPSA), responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Dardanelos (261MW), em Aripuanã, norte de Mato Grosso, aconteceu porque a Empresa Brasileira de Transmissão de Energia (EBTE) ainda não conclui a instalação dos transmissores.

A EAPSA ganhou um prazo de dez dias para que seja feita a opção por qual saída será utilizada para contornar os problemas no empreendimento e ficou isenta de multa. A usina deveria entrar em operação em janeiro de 2011.

Com isso, o relator do processo referente à hidrelétrica, André de Nóbrega, deu à empresa duas opções: comprar energia no mercado livre para honrar os contratos fechados com as distribuidoras na ocasião do leilão da usina, recebendo a receita total prevista nesses acordos; ou se eximir de cumprir os compromissos, mas, nesse caso, ficando também sem a receita deles proveniente.

"O estudo dos autos deixa evidente que a Águas da Pedra não pode ser responsabilizada pela não entrada em operação", apontou Nóbrega.

A EAPSA informou à Aneel, desde agosto de 2010, que a usina já tinha condições de iniciar a geração de energia, mas que o atraso na linha de transmissão vem impedindo a operação comercial das turbinas. Diante disso, numa reunião ontem (8-2) com a diretoria colegiada da Aneel, foi analisado e aceito o pedido da EAPSA para isenção das obrigações de cumprimento de contratos de comercialização da energia da hidrelétrica e de recomposição de lastro no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O pedido da empresa foi baseado no argumento de que a linha de transmissão - cuja obra ficou a cargo da Empresa Brasileira de Transmissão de Energia (EBTE) - deveria ter entrado em operação em 16 de junho de 2010, o que não se cumpriu.

Durante a discussão do caso, o diretor ainda lembrou que os dados apontam que a hidrelétrica estava pronta para gerar desde julho, o que também fez os investidores perderem receitas que poderiam surgir com a venda dessa energia de antecipação no mercado livre.

Na reunião também foi destacada a importância da Aneel convocar uma reunião com a EBTE, responsável pela linha atrasada, os órgãos ambientais e a Fundação Nacional do Índio (Funai) para discutir quais os entraves que ainda restam para a viabilização do empreendimento.

A Energética Águas da Pedra (EAPSA), empresa que tem como acionistas as empresas Neoenergia (51%), Eletrobras Chesf ( 24,5%) e Eletrobras Eletronorte (24,5%) é a responsável pela construção e operação da usina.

Construção de Hidrelétrica Colider Começa em Julho de 2011

A construção da Usina Hidrelétrica Teles Pires terá início em julho deste ano e a capacitação de mão de obra na região está prevista para começar no próximo mês. O anúncio foi feito pelo diretor Ênio Schneider da empresa Neoenergia, líder do consórcio vencedor do leilão realizado em dezembro de 2010, ao governador Silval Barbosa (PMDB). A UHE Teles Pires é a maior do complexo energético em fase de construção e projeto no rio Teles Pires. Tem capacidade de gerar 1,820 mil megawatts (MW) de energia.


Além desta unidade, estão prestes a serem leiloadas as usinas Nova Canaã, que vai gerar 300 MW São Manoel, com 764 MW a Foz do Apiacás, de 174 MW e a Sinop com capacidade para 646 MW. O investimento anunciado na construção da Teles Pires é de aproximadamente R$ 3,7 bilhões e o consórcio formado pela Neoenergia (50,1%), Furnas (24,5%), Eletrosul (24,5%) e Odebrecht (0,9%) venceu o leilão com deságio da ordem de 33% e com o custo de R$ 58,36 megawatts-hora (MWh). A usina tem previsão de entrar em operação em janeiro de 2015 e o contrato para construção e exploração tem 30 anos de duração.


A estimativa é de que 7 mil empregos sejam gerados na fase de construção da UHE Teles Pires e por isso o processo de qualificação da mão de obra local deverá começar antes. O presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso (Sincremat), Fábio Garcia, diz que apenas nas construções das usinas de Dardanelos, Colíder e nas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), 12 mil pessoas são empregadas de forma direta e indireta.


Segundo Garcia, mais do que a estabilidade energética que esses empreendimentos proporcionam, é o efeito multiplicador, que traz muitos benefícios para as regiões. "O setor de energia é um dos que mais atraem investimentos atualmente no Estado e a tendência é que os projetos tenham continuidade", afirma ao citar unidades como de Apiacás e São Manoel. Uma subestação, Coletora Norte, será construída no Estado para a conexão das usinas hidrelétricas de Teles Pires, São Manoel e Foz do Apiacás.


Aneel mostra preocupação com atrasos em linhas de transmissão

Crédito: gettyimages
Atraso nas Linhas de Transmissão
 A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revelou preocupação com o andamento das obras de linhas de transmissão no País. A questão veio à tona durante julgamento de pedido da Água da Pedra Energética, responsável pela construção da hidrelétrica de Dardanelos, no Mato Grosso. A usina está pronta há meses, mas aguarda a conclusão da linha que vai escoar sua energia para o sistema. Esse empreendimento está sendo tocado por outra companhia, a Empresa Brasileira de Transmissão de Energia (EBTE), que não consegue avançar devido a problemas ambientais.
O diretor lembrou que, no caso da usina de Dardanelos, os empreendedores tiveram de abrir mão de celebrar um contrato que, por parte deles, foi cumprido - no caso, o de entrega de energia às distribuidoras, firmado no momento em que a usina foi licitada, em 2006.
O diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, se disse menos pessimista e afirmou que acredita em uma melhora no processo. "Temos qua questionar o problema como um todo. É preciso que tenha análise de causas e consequências". O diretor lembrou também que tais entraves abrem a possibilidade de as empresas acionarem o governo na Justiça, uma vez que terão prejuízos não previstos. Ele também ponderou que o atraso na operação de uma hidrelétrica pode também acarretar custos ao sistema pela necessidade do acionamento de usinas térmicas, que geram energia mais cara.
Quem pode enfrentar complicações parecidas são os investidores por trás das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, que estão sendo construídas no rio Madeira, em Rondônia. Ao mesmo tempo em que as obras avançam e as empresas falam em adiantar a geração de energia, os empreendedores que construirão a linha que vai conectar as usinas aos centros de carga, na região Sudeste, ainda não têm licença ambiental para iniciar a implantação do empreendimento.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Copel Vai Construir Hidrelétrica Colider no Rio Teles Pires

    Depois de marcar sua entrada no maior pólo consumidor de energia elétrica do Brasil, arrematando em junho a concessão para construir e operar duas obras de grande porte -- uma linha de transmissão e uma subestação -- no interior de São Paulo, a Copel agora vai ingressar na região que concentra a maior parte do potencial hidrelétrico remanescente do país, a Amazônia.
    No leilão para contratação de energia elétrica proveniente de novos empreendimentos de geração realizado nesta sexta-feira (dia 30 de julho) pela Aneel, a Companhia paranaense arrematou a concessão para construir e operar a Usina Colíder, empreendimento com 300 megawatts de potência situado no Mato Grosso, a 700 km da capital Cuiabá e nas proximidades da cidade de Colíder
    A Copel venceu os seus competidores oferecendo um deságio de 10,9% sobre o valor teto fixado pela Aneel, dispondo-se a vender 70% da eletricidade produzida por R$ 103,40 por megawatt-hora. Essa energia será destinada a 27 distribuidoras do país todo.
    A comercialização obrigatória no ambiente regulado de 70% da energia garantida da Usina Colíder vai assegurar à Copel, pelo prazo de 30 anos, uma receita anual total de R$ 113,2 milhões. Os demais 30% serão negociados no mercado livre, onde os preços de venda são melhores. Considerando por hipótese que toda a produção da usina venha a ser negociada pelo preço do mercado regulado, a nova hidrelétrica da Copel gerará mais de R$ 5 bilhões em receitas durante todo o tempo da concessão.
    Por ser uma obra incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, a Copel irá gestionar excepcionalização junto ao Conselho Monetário Nacional a fim de tornar o empreendimento elegível para a obtenção de financiamentos junto ao BNDES.
    A Copel disputou isoladamente a concessão da Usina Colíder como investidora, mas já contando com uma estrutura de parceiros pré-contratados que inclui as empresas J. Malucelli Construtura, Engevix, VLB Engenharia, CR Almeida e Impsa.
    O outro empreendimento de interesse da Copel que foi negociado no mesmo leilão, a Usina Hidrelétrica Garibaldi, em Santa Catarina, foi arrematado por um grupo privado que ofereceu deságio de quase 20% em relação ao preço teto do edital. "Participamos dessa disputa ao lado da Eletrosul e dentro do nosso limite de responsabilidade como empresa estatal, pois entendemos tratar-se de um empreendimento com elevado risco fundiário, com escala reduzida e, em termos estratégicos, que não nos abre novas perspectivas futuras", informou o presidente. "Dessa forma, preferimos concentrar nossos esforços na Usina Colíder, esta sim, um projeto com enorme potencial estratégico por já colocar a Copel dentro da região onde acontecerá a expansão da geração hidrelétrica do Brasil".
    A Usina Colíder será o primeiro de quatro aproveitamentos hidrelétricos previstos para serem executados no curso do rio Teles Pires, no norte do Mato Grosso. Esse rio integra a bacia do Tapajós, um dos principais afluentes do rio Amazonas e, no seu trecho final, marca o limite entre os estados do Mato Grosso e Pará. Além desses quatro empreendimentos, existem mais oito aproveitamentos de grande porte inventariados na bacia do Tapajós previstos para serem leiloados nos próximos anos. Ademais, há outros rios da mesma bacia que estão em fase de estudos de inventário.
    O empreendimento Colíder terá 300 megawatts de potência instalada -- o suficiente para atender ao consumo de uma cidade com 850 mil habitantes -- e deverá começar a produzir energia em dezembro de 2014. Seu sistema de transmissão será formado por uma subestação e uma linha de transmissão com 130 km de extensão, ambas na classe de tensão de 500 mil volts.
    Conforme estimativas incluídas pela Aneel no edital do leilão, os investimentos necessários à construção da Usina Colíder somarão perto de R$ 1,26 bilhão.
    As características técnicas da hidrelétrica prevêem a construção de uma barragem no trecho médio do rio Teles Pires, nas proximidades da cidade de Colíder, com 1.270 metros de comprimento na crista e 37 metros de altura máxima. A estrutura formará um reservatório com superfície total de 172 km2 -- sendo 24,7 km2 a área correspondente à calha do rio e 147,3 km2 de área a ser alagada. O represamento vai atingir terras de quatro municípios (Nova Canaã do Norte, onde será instalada a casa de força da hidrelétrica, e mais Colíder, Itaúba e Cláudia), localizados numa região onde a estrutura fundiária é formada predominantemente por grandes propriedades e cuja principal atividade econômica é a pecuária bovina.
    Durante a elaboração do EIA/Rima do empreendimento, foram cadastradas na região de influência direta da Usina Colíder 86 unidades fundiárias rurais, uma pousada dedicada ao turismo rural e 13 ranchos utilizados para pesca. Também foram identificados seis sítios arqueológicos e cinco áreas de ocorrências arqueológicas. Embora não existam terras indígenas na área de influência direta da hidrelétrica, os estudos preliminares apontaram a existência de comunidades indígenas pertencentes a quatro diferentes etnias na bacia do rio Teles Pires.
    A licença prévia ambiental da Usina Hidrelétrica Colíder foi concedida em dezembro de 2009. Segundo informações do EIA/Rima elaborado para o empreendimento, as obras deverão gerar cerca de 2,7 mil empregos diretos.
    Usina Colíder gerará receitas superiores a R$ 5 bilhões durante a vigência da concessão.

Turbinas Hidráulicas

As turbinas hidráulicas são projetadas para transformar a energia mecânica (a energia de pressão e a energia cinética) de um fluxo de água, em potência de eixo. Atualmente são mais encontradas em usinas hidrelétricas, onde são acopladas a um gerador elétrico, o qual é conectado à rede de energia. Contudo também podem ser usadas para geração de energia em pequena escala, para as comunidades isoladas.

As turbinas hidráulicas dividem-se entre quatro tipos principais: Pelton, Francis, Kaplan, Bulbo. Cada um destes tipos é adaptado para funcionar em usinas, como uma determinada faixa de altura de queda. As vazões volumétricas podem ser igualmente grandes em qualquer uma delas, mas a potência será proporcional ao produto da queda (H) e da vazão volumétrica (Q).

Em todos os tipos há alguns princípios de funcionamento comuns. A água entra pela tomada de água, a montante da usina hidrelétrica que está num nível mais elevado, e é levada através de um conduto forçado até a entrada da turbina. Lá a água passa por um sistema de palhetas guias móveis, que controlam a vazão volumétrica fornecida à turbina. Para se aumentar a potência as palhetas se abrem, para diminuir a potência elas se fecham. Após passar por este mecanismo a água chega ao rotor da turbina. Nas turbinas Pelton, não há um sistema de palhetas móveis, e sim um bocal com uma agulha móvel, semelhante a uma válvula. O controle da vazão é feito por este dispositivo.

Por transferência de quantidade de movimento parte da energia potencial dela, é transferida para o rotor na forma de torque e velocidade de rotação. Devido a isto a água na saída da turbina está a uma pressão pouco menor que a atmosférica, e bem menor do que a inicial.

Após passar pelo rotor, um duto chamado tubo de sucção, conduz a água até a parte de jusante do rio, no nível mais baixo. As turbinas Pelton, têm um princípio um pouco diferente (impulsão) pois a pressão primeiro é transformada em energia cinética, em um bocal, onde o fluxo de água é acelerado até uma alta velocidade, e em seguida choca-se com as pás da turbina imprimindo-lhe rotação e torque.

As turbinas hidráulicas, podem ser montadas com o eixo no sentido vertical. Um mancal de escora suporta todo o peso das partes girantes da turbina e do gerador que é montado logo acima dela. Em PCH (Pequena Central Hidrelétrica)turbinas são fabricadas com eixo na horizontal.

Normalmente, devido ao seu alto custo e necessidade de ser instalada em locais específicos, as turbinas hidráulicas são usadas apenas para gerar eletricidade. Por esta razão a velocidade de rotação é fixada num valor constante.

A potência de uma turbina pode ser calculada pela seguinte expressão: P = ρQHgη

O índice η é a eficiência total da turbina. A eficiência é a fração da energia total da fonte de energia primária (no caso a água) que é convertida em energia útil (no caso potência de eixo). As principais causas da "perda" de energia nas turbinas são:

* perdas hidráulicas: a água tem que deixar a turbina com alguma velocidade, e esta quantidade de energia cinética não pode ser aproveitada pela turbina.
* perdas mecânicas: são originadas por atrito nas partes móveis da turbina e calor perdido pelo aquecimento dos mancais.

Tipicamente turbinas modernas têm uma eficiência entre 85% e 99%, que varia conforme a vazão de água e a potência gerada.

Turbinas Kaplan

O engenheiro austríaco Victor Kaplan (1876-1934) professor da Universidade Técnica de Brno, após estudos teóricos e experimentos, desenvolve em 1912 um tipo novo de turbina axial com rotor em forma de hélice. Este rotor possuía um sistema de orientação em suas pás, possibilitando sua regulagem independente. Atualmente este rotor é aplicado principalmente nas turbinas Tubulares "S".

O mecanismo que permite variar o ângulo de inclinação das pás conforme a descarga, sem variação notável do rendimento, fica alojado no próprio corpo do rotor com o formato de uma ogiva, e controlado pelo regulador de velocidade. Este atributo permite que possa se manter constante o rendimento da turbina, mesmo com a variação do volume da água.

O sistema apresentado por Victor Kaplan causou sensação em 1912, mesmo que inicialmente estivesse coberto de desconfiança pelos fabricantes, que a julgavam impossível de ser feita. Entretanto as vantagens do alto rendimento em quedas médias e baixas com alto volume de água, e o crescente numero de unidades instaladas com sucesso, fizeram com que as turbinas Kaplan se tornassem uma ótima opção para as Pequenas Centrais Hidrelétricas, e fundamentais para o desenvolvimento do mercado energético mundial.


Turbinas Kaplan Vertical

O conceito de máquinas Kaplan verticais é possível dentro de uma faixa de queda entre 20 m e 70 m e rotores de 3 a 8 pás cobrem toda esta faixa operacional.
Hoje são comuns rotores com diâmetros de até 10 m. As máquinas Kaplan Bulbo podem operar até quedas de 30 m com até 7,7 m de diâmetro.


As turbinas tipo Kaplan e Bulbo têm rotores e palhetas ajustáveis, mantendo alto rendimento mesmo com grandes variações de vazão e queda. Caso não exista a necessidade operacional em largas faixas de queda e vazão, rotores tipo propeller podem ser utilizados, barateando o fornecimento.


 
Turbinas Kaplan "S" 

São adequadas para operar entre quedas de 20 m até 50 m. A única diferença entre as turbinas Kaplan e a Francis é o rotor. Este assemelha-se a um propulsor de navio (similar a uma hélice) com duas a seis as pás móveis. Um sistema de embolo e manivelas montado dentro do cubo do rotor, é responsável pela variação do àngulo de inclinação das pás. O óleo é injetado por um sistema de bombeamento localizado fora da turbina, e conduzido até o rotor por um conjunto de tubulações rotativas que passam por dentro do eixo.

O acionamento das pás é acoplado ao das palhetas do distribuidor, de modo que para uma determinada abertura do distribuidor, corresponde um determinado valor de inclinação das pás do rotor.

As Kaplans também apresentam uma curva de rendimento "plana" garantindo bom rendimento em uma ampla faixa de operação.

   








Turbina Bulbo (Open Pit)


Preocupada com a preservação do meio ambiente, a engenharia moderna tem buscado novas alternativas para a produção de hidreletridade. Uma delas é a utilização de turbinas do tipo bulbo, que podem ser instaladas em baixíssimas quedas, a fio d’água, não sendo necessária a formação de grandes reservatórios, reduzindo assim os impactos ambientais.

Um grupo bulbo é caracterizado por possuir o conjunto turbina-gerador de eixo horizontal instalado no interior de uma cápsula denominada bulbo que, geralmente, opera submersa.

O Rotor Kaplan é o elemento rotativo da turbina onde se transforma a energia do escoamento da água em trabalho mecânico. 
Com relação às pás do rotor, a maioria das turbinas bulbo possui pás móveis, como as Kaplan. Entretanto, há também construções com pás fixas, do tipo hélice. Este tipo de construção, com rotor do tipo hélice, é rara porque exige uma mínima variação do fluxo hidráulico e consequentemente, da altura da lâmina d’água. O rotor pode ser subdividido em três partes: cubo, ogiva ou cone e pás.
   

É empregada na maioria das vezes para aproveitamentos de baixa queda e quase sempre a fio d’água. Sua concepção compacta de uma turbina Kaplan reduz considerávelmente o volume das obras civis, tornando a mesma de menor custo. Em compensação, o custo do equipamento eletromecânico, turbina e gerador é maior que os das turbinas convencionais, pela tecnologia e processos de fabricação aplicáveis em termos de ajustes e vedações. Pela relação do SIPOT, podemos encontrar algumas dessas turbinas instaladas nos mais diversos estados brasileiros, de potências variando de 0,43 MW (Aripuanã.– MT –CEMAT) até 42 MW ( Igarapava –SP/MG – CEMIG), ou ainda as futuras turbinas da usina de Canoas, com 80 MW (Grupo Votorantim).

As turbinas bulbo, devido às suas características intrínsecas, apresentam um comportamento dinâmico distinto das turbinas hidráulicas típicas. Esse comportamento decorre principalmente dos valores da constante de tempo de inércia e da constante de tempo da água. 
Comparada com uma turbina hidráulica e térmica típicas, a constante de tempo de inércia de um grupo bulbo é bastante reduzida, ocasionando oscilações de curto período e amplitudes elevadas. 

Observa-se também que, em função do valor reduzido da constante de tempo de inércia, diante de perturbações, o conjunto bulbo atinge rotações maiores, se comparado com os modelos típicos. A influência do valor da constante de tempo da água pode ser verificada no comportamento da potência mecânica da turbina. 

Com relação ao modelo apresentado, observa-se a inserção de uma malha de controle não existente em turbinas hidráulicas convencionais, o controle das pás do rotor. Este apresenta um comportamento lento, se comparado com o controle do distribuidor, uma vez que o controle das pás do rotor tem o objetivo de dar ao conjunto o melhor desempenho para cada condição operativa. 

Algumas modificações podem ser propostas ao modelo apresentado a fim de representar melhor a dinâmica de certos componentes, como uma melhor representação da relação entre a abertura do distribuidor, ângulo do rotor e a potência fornecida pela turbina, bem como na relação entre a posição das pás do rotor em função da posição do distribuidor. Testes em campo podem ser realizados para obtenção de parâmetros e verificar a fidelidade do modelo.



Pequenas Usinas Produziram Menos do Que o Esperado

São Paulo – As pequenas usinas elétricas estão produzindo menos do que o esperado, de acordo com o especialista em regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Aymoré de Castro Alvim Filho. Em exposição no Wind Forum Brazil 2011, Aymoré disse que esse grupo de geradoras, que inclui pequenas centrais hidrelétricas (PCH), usinas eólicas e de biomassa, produziu 1,5 mil megawatts (MW) a menos que os 4,3 mil MW esperados.

Segundo o especialista, o problema ocorre por causa de atrasos em algumas obras. Mas também pode indicar falhas no método de cálculo da produção das usinas eólicas. Para Aymoré, falta uma base de dados sobre comportamento e sazonalidade dos ventos no país, que possa ajudar nas previsões de produção de energia. “O insumo que nós temos hoje para fazer as previsões, realmente, não gera uma expectativa de geração com confiabilidade significativa”.

Por isso, o especialista disse que poderá haver ajustes nos contratos, com base na geração efetivamente verificada. Aymoré ponderou, no entanto, que o período curto de observação (apenas dois anos) ainda não permite dizer se os cálculos estão realmente errados ou se o período foi atípico.



Fonte(http://www.jornaldamidia.com.br/noticias/2011/02/09/Brasil/Pequenas_usinas_produziram_menos_.shtml

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Certel Começa Elaborar projetos de 12 PCHs no Rio Pardo.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o inventário hidroenergético do Rio Pardo(RS) para a construção de 12 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), quatro delas em Sinimbu, município do estado do Rio Grande do Sul com aproximadamente 10.000 habitantes (IBGE 2010). A partir de agora, a Cooperativa de Eletrificação Rural Teutônia Ltda (Certel), responsável por desenvolver o estudo, irá elaborar o projeto de viabilidade econômica e do impacto ambiental de cada uma das usinas. Mesmo considerando esta fase a mais demorada, a empresa espera estar com as PCHs funcionando em quatro anos.
Na manhã de hoje, técnicos da cooperativa estiveram reunidos com vereadores e representantes da região serrana no gabidete do prefeito de Sinimbu, Mário Rabuske para oficializar o investimento que chegará a R$ 112 milhões somente no município.
O inventário hidroenergético, desenvolvido desde 2005 pela cooperativa, foi concluído no ano passado e aponta o número de hidrelétricas que podem ser construídas no Rio Pardo. As PCHs serão construídas nas localidades de Linha da Grama, Linha Carvalho, Pinhal e Linha Barro de Ferro.

Veja mais informações no jornal Gazeta do Sul desta quarta-feira.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

PCH: um negócio bilionário

Por Júlio Santos, da Agência Ambiente Energia - Um bilionário negócio, estimado em R$ 155 bilhões nos próximos 15 anos, movimenta-se para voltar a ser realidade.
Visto há uns três anos como oportunidade de ouro, o segmento de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) busca novos caminhos para se expandir. Além de entrar de vez na rota do mercado livre, onde se vende energia para grandes consumidores a preços melhores, e também para o mercado de clientes especiais, os investidores correm atrás de condições mais competitivas nos leilões de energia, destinados à venda para as distribuidoras.
Neste caso, procura-se uma solução com taxas mais atraentes de financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Se no lado comercial tudo parece caminhar para a frente, do lado da burocracia para a
liberação dos projetos muito ainda precisa ser feito. Segundo os agentes, a liberação de um empreendimento, envolvendo todas as fases do processo, pode levar, às vezes, mais de cinco anos.
Uma estimativa da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), que reúne investidores em PCH, solar, eólica e biomassa, aponta uma capacidade instalada de 23,7 mil MW, com um total de 1.931 projetos em todas as fases do processo de autorização na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), incluindo também o potencial teórica da fonte. Na projeção de investimento de R$ 155 bilhões nos próximos 15 anos, a Abragel levou em conta um custo de R$ 6,5 mil por kW instalado.
Em uma recente apresentação, Fábio Sales Dias, secretário-executivo da Abragel, traçou um raio-x do segmento de PCH no Brasil, mostrando sua evolução, o potencial de mercado, os entraves e os desafios que tem pela frente. Os números não deixam dúvidas sobre o tamanho das oportunidades para quem quer investir neste negócio. No entanto, é preciso superar desafios, como os de origem regulatória, fazer ajustes tributários, de custos e de financiamento para garantir a competitividade deste tipo de geração.
Quem também vê um grande potencial neste negócio é o professor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) Geraldo Lúcio Tiago Filho, secretário-executivo do Centro Nacional de Referências em PCH. Para ele, é bem factível a meta colocada no Plano Decenal de Energia de a base instalada de PCH chegar a quase 7 mil em 2019. Só que ele vê um potencial muito maior para a fonte na matriz energética, que está na ordem de 25 mil MW.
Na lista de desafios a serem superados o especialista lista os incentivos dados a outras fontes, como as eólicas; os prazos de aprovação e estudos e registro junto à Aneel; a baixa atratividade nas tarifas dos leilões de energia; e a rigidez e demora no processo de licenciamento ambiental. Tudo isso somado, incluindo a revisão da resolução 395 e edição da 343/2009, trouxe mais custos para o investidor. “É preciso ter tarifa adequada para estimular o mercado de PCHs”, diz o professor, destacando o domínio que a engenharia nacional tem desta tecnologia. “Temos fabricantes de todos os tamanhos”, acrescenta.
O Ambiente Energia publica duas apresentações, do Fábio Dias e do professor Tiago Filho, que dão bem a dimensão das oportunidades, custos e desafios a serem superados para que as PCHs voltem a deslanchar. Nos dois casos, você poderá ver projeções sobre o preço ideal para esta fonte de energia nos vários mercados existentes para a entrega do que for gerado.
FONTE: Ambiente Energia

Construção da usina hidrelétrica de Belo Monte é discutida em Brasília

Maíra Gatto | Brasília (DF)
Representantes de comunidades indígenas estão em Brasília para discutir os impactos da construção da usina uidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A obra, autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), deve inundar uma área de 600 quilômetros quadrados na região.
O encontro reuniu mais de cem índios e pesquisadores. Cerca de 40 mil pessoas, entre elas indígenas e ribeirinhos, terão que ser deslocadas para que o empreendimento seja erguido. Um dos presentes, o Cacique Raoni, reclama que o governo ainda não definiu qual será o destino dessas populações.
Outra preocupação é o surgimento de conflitos, já que a obra deverá atrair mais 100 mil pessoas para a região. Ricardo Verdum, do Instituto de Estudos Socioeconômicos, afirma que poderá se criar uma tensão social.
— O processo de abertura de estradas, de ocupação da região através de empregos vai criar um dano não só ambiental, mas uma tensão social em relação a terra e aos recursos naturais dessa região — afirma.
Os pesquisadores criticam também o custo da obra, estimado pelo governo em R$ 19 bilhões. O argumento é que existem alternativas de geração de energia que dispensariam as obras de Belo Monte.
— Existem hidrelétricas de menor porte, existem outras energias, como eólica, solar que podem suprir a necessidade do país. Além disso, as usinas que estão já funcionando, muitas delas em estão em situação precária. Poderia ser feito um trabalho para potencializar esses empreendimentos — conclui Verdum.
O grupo fará um protesto amanhã em frente ao Congresso Nacional. Eles pretendem entregar à presidente Dilma Rousseff um abaixo assinado com 500 mil assinaturas, contra a construção da usina.

Governo registra em janeiro maior número de concessões do Ibama para obras


A presidente Dilma Rousseff começou seu governo com o maior número de licenças ambientais concedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) se comparado com o primeiro mês de mandato dos presidentes Fernando Henrique Cardoso, em 1995, e Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Somente em janeiro, o governo de Dilma expediu 18 licenças para grandes obras de infraestrutura, o que inclui a autorização para a instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, a maior hidrelétrica em construção no país e a terceira maior do mundo. O Ibama, no primeiro mês de Dilma na Presidência, também autorizou vastos desmatamentos para três usinas hidrelétricas, deu licenças para instalação e operação da Ferrovia Norte-Sul e permitiu que uma multinacional perfure blocos da Bacia de Campos em busca de petróleo.
No primeiro mês do governo Lula, em janeiro de 2003, o Ibama concedeu apenas seis licenças, todas relacionadas à exploração de petróleo. Sob a gestão de Fernando Henrique, em janeiro de 1995, não há registro de nenhuma licença expedida pelo órgão. O mandato de Dilma começou com a troca de comando do Ibama e com a orientação desenvolvimentista seguida à risca. Manteve no governo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que nada tem de radical na concessão de licenças ambientais, o que facilita tirar do papel grandes obras de infraestrutura, boa parte delas prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
(Cadu Gomes/CB/D.A Press - 20/2/05)
Vista da área onde será construída a Usina de Belo Monte, a maior hidrelétrica no país e a terceira maior do mundo: prioridade na gestão da presidente
O ritmo mais intenso das licenças ambientais ocorre durante a gestão de Izabella no Ministério do Meio Ambiente (MMA), pasta que comanda o Ibama. Em média, desde a chegada de Izabella ao MMA em abril do ano passado, o Ibama concedeu 38,3 licenças por mês. Seu antecessor, Carlos Minc, atingiu a marca de 38,2 autorizações por mês. Minc é o responsável pela indicação da ministra, uma técnica de carreira do Ibama sem filiação partidária. Os dois aceleraram a concessão de licenças. Durante a gestão da ex-senadora Marina Silva no MMA, entre 2003 e 2008, o Ibama expediu 23 licenças por mês. Nos dois governos de Fernando Henrique, essa média foi de 7,3.
A autorização para grandes obras de infraestrutura, já nos primeiros dias de governo, demonstra as prioridades de Dilma para sua gestão. Três hidrelétricas, uma pequena central hidrelétrica (PCH), um porto, duas linhas de transmissão e a Ferrovia Norte-Sul receberam licenças de desmatamento, instalação ou funcionamento, conforme o estágio de cada obra (veja quadro ao lado).
Das 18 licenças expedidas em janeiro, cinco foram as chamadas autorizações para supressão da vegetação. Somente para a inundação do reservatório da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, foi autorizado o desmatamento de 4,95 mil hectares de vegetação amazônica. Tanto a usina de Santo Antônio quanto a de Jirau, ambas no Rio Madeira, em Rondônia, estão em fase avançada.
Logo após a obtenção da licença para instalar o canteiro de obras, o consórcio Norte Energia — responsável pela usina de Belo Monte — foi autorizado a desmatar 238 hectares de vegetação. A licença mais recente para o empreendimento, expedida na última quarta-feira, 2, foi para a abertura de picadas e clareiras nos Rios Bacajá e Xingu. Esse tipo de licenciamento, em que se autoriza primeiramente um canteiro de obras, para a posterior concessão da licença de instalação, é criticado pelo Ministério Público Federal (MPF). O Ibama adotou esse modelo para Belo Monte, Santo Antônio e Jirau. Nos três casos, o MPF fez questionamentos na Justiça.
“O MPF contestou, mas a Justiça liberou”, afirma o presidente substituto do Ibama, Américo Ribeiro Tunes, referindo-se às usinas de Santo Antônio e Jirau. No caso de Belo Monte, “havia plenas condições de concessão da licença” para o canteiro de obras, segundo Américo. “Foram cinco pareceres, 20 reuniões técnicas, várias vistorias, 18 técnicos envolvidos na análise. Eles terão o tempo necessário para a licença definitiva.”
A autorização para o início das obras de Belo Monte foi dada em 26 de janeiro, duas semanas depois de Abelardo Bayma pedir demissão do cargo de presidente do Ibama. Na carta apresentada à ministra Izabella Teixeira, Abelardo alegou “razões pessoais”. Américo Ribeiro, diretor de Biodiversidade e Florestas do Ibama, assumiu a presidência. “Fico interinamente. Como bom soldado, aguardo na trincheira. Não sei se continuo”, disse ao Correio.
A execução das obras do PAC e o maior crescimento econômico devem ampliar a concessão de licenças, conforme o presidente do Ibama. “O processo de licenciamento não é imediato. Há uma série de passos, que demandam tempo. O que se conclui agora teve início no governo passado.” O Correio tentou ouvir a ministra do Meio Ambiente sobre o aumento do número de licenças na sua gestão. Mas, segundo a assessoria de Izabella Teixeira, esse é um assunto do Ibama.
As primeiras da fila
Nos 30 dias iniciais do governo de Dilma Rousseff, o Ibama concedeu licenças ambientais para grandes projetos da União e da iniciativa privada. Estes são os principais:
Usina Hidrelétrica de Belo Monte
» A maior hidrelétrica a ser construída no Brasil obteve licença de instalação em 26 de janeiro. A autorização permite a instalação do canteiro de obras. Concedida a licença, o Ibama autorizou o desmatamento de 238 hectares para a instalação do canteiro.
Usina Hidrelétrica de Santo Antônio
» A obra, no Rio Madeira, está em fase avançada, juntamente com a Usina de Jirau. O Ibama autorizou, em 6 de janeiro, a supressão de vegetação em 4,95 mil hectares
de área verde.
Linha de transmissão Jardim – Penedo
» A linha de transmissão entre Sergipe e Alagoas terá 109 quilômetros. Obteve licença provisória para os próximos dois anos.
Linha de transmissão Caxias – Itá
» A renovação da licença de operação para a linha de 270 quilômetros, que passa por 19 municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, foi concedida em 11 de janeiro.
Contorno Ferroviário de Camaçari
» A ligação ferroviária ao Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, com 20 quilômetros de extensão, pode desmatar o que for necessário ao empreendimento.
Ferrovia Norte-Sul
» A licença de instalação da ferrovia entre Anápolis e Petrolina de Goiás foi renovada. Para um trecho em Tocantins, foi expedida a
licença de operação.
Pesquisa sísmica e perfuração marítima
» A Petrobras obteve renovação da licença para pesquisa na Bacia de Santos. Já uma empresa privada foi autorizada previamente a perfurar blocos na Bacia de Campos.
Vinicius Sassine
Correio Braziliense